Por que os pacientes ficam “inchados” na UTI?

Você já entrou em alguma unidade de terapia intensiva (UTI) para visitar uma pessoa que estava gravemente doente? Talvez, você tenha percebido que essa pessoa estava um pouco diferente. Ela estava maior, com os braços e as pernas mais grossos. O pescoço e pálpebra se projetavam para frente. Em outras palavras, essa pessoa estava inchada!

Mas porque os pacientes ficam inchados na UTI?

O termo médico para “inchaço” é edema.  Isso ocorre quando o líquido que deveria se preservar dentro dos vasos sanguíneos (veias e artérias) e dentro das células acaba saindo de lá e vai parar logo abaixo da pele, em um local chamado de tecido subcutâneo.

Quando isso ocorre, as regiões do corpo que têm a pele mais fina e que cede com facilidade, tornam o edema mais evidente. Por isso, diversas vezes, notamos as pálpebras e o pescoço inchando primeiro. Outras regiões em que podemos notar o mesmo fenômeno são nos braços e nas pernas.

O edema é muito comum em pacientes internados em UTI e pode ser explicado por diversos fatores.

Uma das explicações é que, ao longo da internação, os pacientes recebem uma quantidade grande de líquidos. Esses líquidos podem ser administrados diretamente dentro das veias (soro fisiológico, medicamentos, etc) ou através do estômago (água presente na dieta). Caso a quantidade de líquidos que a pessoa receba for maior que a quantidade que seus rins são capazes de eliminar através da urina, ela ficará inchada (edemaciada).

Bom… se o problema do inchaço é o excesso de líquidos, já temos a solução! Basta administrarmos menos líquidos para as pessoas, não? Infelizmente, a resposta não é tão simples assim…

Mesmo se a quantidade de líquidos administrados para o paciente for restrita e bem controlada pela equipe de médicos, ainda teríamos que considerar a função dos rins. Os rins são os grandes “filtros do sangue”. Eles são capazes de eliminar tanto impurezas quanto o excesso de água de nossos organismos. Ao mesmo tempo, ele é um órgão muito sensível e um dos primeiros a sofrer quando o paciente fica instável. Em outras palavras, quando o paciente enfrenta um momento de doença grave (com pressão baixa, infecção, etc) os rins passam a filtrar menos o sangue e, dessa forma, a sua capacidade de eliminação de líquidos diminui. Isso significa dizer que temos que considerar não somente a quantidade de líquidos que são ofertados para o paciente, mas também, o equilíbrio entre o volume ofertado e o volume que os rins conseguem manejar.

Outra explicação que podemos dar para o inchaço é que muitos pacientes que chegam à UTI já se encontravam em uma condição de doença crônica e não conseguiam se alimentar de modo adequado. Ou seja, eles são admitidos na UTI, desnutridos. Isso ocorre sobretudo em doenças graves como o câncer, enfisema pulmonar e a cirrose. Outros pacientes se tornam desnutridos ao longo do processo de adoecimento (em contexto de pós operatório ou de infecção, por exemplo), a despeito da nutrição que lhes é ofertada.

A desnutrição tem o agravante de reduzir a quantidade de proteínas presentes em nosso corpo, em especial a de uma proteína do sangue chamada albumina. Ela funciona como se fosse uma “esponja” e tem a propriedade de preservar o líquido dentro dos vasos sanguíneos. Quando a quantidade de albumina no sangue fica diminuída, as veias e artérias não conseguem mais segurar o líquido em seu interior e ele acaba extravasando para o espaço subcutâneo.

Por fim, se o paciente ficar muito tempo deitado sobre o leito, imóvel, sem se movimentar e sem estimular a sua musculatura, isso torna o fluxo sanguíneo através das veias mais lento. Esse efeito é ainda mais acentuado em pessoas que têm problemas de coração, como a insuficiência cardíaca. E essa é mais uma explicação para o inchaço que observamos, em especial em braços e pernas.

E esse inchaço pode fazer mal?

Felizmente, a maioria dos pacientes tem edema de forma passageira e que vai se resolver ao longo da internação, sem maiores complicações.

Existem alguns estudos que mostram que o excesso de líquidos administrados para o paciente dentro de uma UTI pode fazer mal. Mas, até o momento, essa informação não está bem consolidada dentro do meio médico. Talvez, as doenças associadas e que podem levar ao inchaço, como o mal funcionamento dos rins, as infecções e a desnutrição, sejam fatores mais importantes que o próprio inchaço.

Não obstante, devemos lembrar que o edema que conseguimos enxergar é apenas a “ponta o iceberg”. Da mesma forma que a pele e o tecido subcutâneo, outros órgãos internos ficam inchados e isso pode comprometer o seu funcionamento. Os intestinos, por exemplo, também podem sofrer com esse fenômeno e, assim, o paciente pode ter constipação intestinal e, em casos mais extremos, a pressão dentro de sua barriga pode se tornar muito alta e atrapalhar o funcionamento de toda circulação sanguínea. Caso haja acúmulo de líquido no pulmão, a pessoa pode sentir falta de ar e até mesmo pode precisar de respirar com a ajuda de aparelhos.

Então como podemos resolver esse problema?

Mais uma vez, toda a equipe da PacienteGraveUTI™ se mostra envolvida com o paciente e está preparada para fazer o melhor!

Se o problema é o excesso de líquidos, podemos estimular o funcionamento dos rins através de medicamentos diuréticos. Eles têm a propriedade de aumentar a produção de urina e, dessa forma, ajudar no balanço hídrico.

Caso os rins não estejam funcionando bem e não seja possível o uso de diuréticos, outra forma é a filtração artificial do sangue, através de um procedimento chamado “hemodiálise”. Através dele, podemos retirar o excesso de líquidos do paciente, bem como filtrar as impurezas de seu sangue.

Contamos ainda com a atuação de nutrólogos e nutricionistas que auxiliam na prescrição de alimentos e de dietas personalizadas, ideais para cada perfil de paciente. Assim, objetivamos uma nutrição precoce dentro da UTI para corrigir ou evitar a desnutrição, que pode levar à redução da albumina e, portanto, ao desenvolvimento do inchaço.

Além disso, em conjunto com a equipe de fisioterapia, procuramos mobilizar o paciente. Isso significa que o quanto antes possível, temos como meta diária de nosso tratamento a retirada do paciente do leito para que ele possa sentar na cama, em uma poltrona, ou mesmo caminhar dentro da UTI. Isso faz com o que sua musculatura seja estimulada e diminua o edema.

Por fim, compreendemos que o tempo é o bem mais importante para o cuidado e a recuperação de uma pessoa. Nós, da PacienteGraveUTI™, sabemos sobre complexidade de um fenômeno que, à primeira vista, parece simples e sem importância mas que na verdade não é. Nós atuamos para estabelecer o diagnóstico preciso e o tratamento precoce. Assim, evitamos ou tratamos o inchaço e tantos outros problemas relacionados à hospitalização.

Uma UTI de alta performance é nosso objetivo! Uma UTI de alta performance é uma UTI segura! Uma UTI de alta performance é a PacienteGraveUTI™!

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