A admissão em uma unidade de terapia intensiva (UTI) é um momento muito difícil para os pacientes e para todas as pessoas que o cercam. Os fatores agressores relacionadas a doença aguda e as consequências dos tratamentos utilizados podem impactar na qualidade de vida a curto e longo prazo dos doentes. Além disto, encarar a morte como uma possibilidade, a sensação de impotência frente as incertezas do que está por vir e os fatores estressantes relacionados a todo o processo de adoecimento também geram sofrimentos físicos, sociais e psicológicos para todos que amam e se importam com o paciente.
Neste cenário a humanização dos cuidados de saúde torna-se fundamental. Dentre as várias possibilidades, a extensão dos horários de visitação na UTI seria uma ferramenta interessante, pois permitiria a maior participação dos familiares nos cuidados, fortaleceria o vínculo entre a família e a equipe de saúde, facilitaria a compreensão sobre o processo da doença aguda, o que poderia impactar em redução dos sintomas de ansiedade e estresse pós traumático familiar. A presença da pessoa querida também ofereceria apoio psicológicos e cognitivo para os pacientes, o que poderia reduzir as chances de delirium, e ajudaria no manejo do sofrimento multidimensional do paciente e da própria família. Porém, mesmo que a ideia seja interessante, a simples mudança de paradigma pode ser desconfortável para uma equipe que não está acostumada e as incertezas quanto aos seu real beneficio e a possibilidade de riscos ainda existem.
Buscando discutir um pouco mais sobre o tema sugerimos a leitura do texto “Os efeitos benéficos para a família da flexibilização do horário de visitas da UTI” que está disponível no site da AMIB na sessão de artigos comentados do comitê de terminalidade da vida e cuidados paliativos. O texto também traz uma reflexão interessante sobre o estudo UTI visitas da BRICnet.
Desejamos a todos uma boa leitura.
Artigo comentado disponível em:
Texto escrito por Daniere Yurie Vieira Tomotani, médica intensivista pela UNIFESP, mestrado em Tecnologias e Atenção à Saúde pela UNIFESP, pós-graduação em neurointensivismo e em Cuidados Paliativos pelo Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa.